"O protestante francês Jean de Léry contou o diálogo que manteve com um indígena já idoso, no século XVI, na região onde se situa hoje o Rio de Janeiro. "Porque vocês Franceses e Portugueses, vêm de tão longe para buscar madeira para se esquentar? Não tem madeira na sua terra?", ele perguntou intrigado pela atração exercida pelo pau-brasil. O francês respondeu que não daquele tipo, que não era para queimar, mas para extrair tinta valiosa. " E precisam tanto dessa tinta?" Léry explicou que, em sua terra, existiam comerciantes que possuíam "mais pano, facas, tesouras e espelhos que é possível imaginar". E que esses homens muito ricos pagariam pela madeira. "Um comerciante sozinho pode comprar o carregamento de vários Barcos", contou. " Mas esse homem muito rico de que você fala... ele não morre?" - perguntou o velho. "Sim, morre como todos os outros." E o indígena: " W quando ele morre: para quem fica tudo isso?" O francês explicou que para os filhos ou seus parentes. E o velho concluiu: "Vejo agora que vocês franceses são loucos. Cruzam o mar e sofrem tantos desconfortos e trabalham tão duro quando chegam aqui só para acumular riquezas destinadas aos filhos e parentes. A terra que alimentou vocês também não é suficiente para alimentá-los? Também temos pais, mães e filhos de que gostamos, mas temos certeza de que, depois da nossa morte, a terra que nos alimentou também alimentara a eles. E por isso vivemos despreocupadamente."
terça-feira, 17 de abril de 2012
Para refletir
Lendo o livro " História e Cultura dos povos indígenas no Brasil" de Claudio Figueiredo da editora Barsa, me deparei com um texto lindo de um grande exemplo da sabedoria indígena.
"O protestante francês Jean de Léry contou o diálogo que manteve com um indígena já idoso, no século XVI, na região onde se situa hoje o Rio de Janeiro. "Porque vocês Franceses e Portugueses, vêm de tão longe para buscar madeira para se esquentar? Não tem madeira na sua terra?", ele perguntou intrigado pela atração exercida pelo pau-brasil. O francês respondeu que não daquele tipo, que não era para queimar, mas para extrair tinta valiosa. " E precisam tanto dessa tinta?" Léry explicou que, em sua terra, existiam comerciantes que possuíam "mais pano, facas, tesouras e espelhos que é possível imaginar". E que esses homens muito ricos pagariam pela madeira. "Um comerciante sozinho pode comprar o carregamento de vários Barcos", contou. " Mas esse homem muito rico de que você fala... ele não morre?" - perguntou o velho. "Sim, morre como todos os outros." E o indígena: " W quando ele morre: para quem fica tudo isso?" O francês explicou que para os filhos ou seus parentes. E o velho concluiu: "Vejo agora que vocês franceses são loucos. Cruzam o mar e sofrem tantos desconfortos e trabalham tão duro quando chegam aqui só para acumular riquezas destinadas aos filhos e parentes. A terra que alimentou vocês também não é suficiente para alimentá-los? Também temos pais, mães e filhos de que gostamos, mas temos certeza de que, depois da nossa morte, a terra que nos alimentou também alimentara a eles. E por isso vivemos despreocupadamente."
"O protestante francês Jean de Léry contou o diálogo que manteve com um indígena já idoso, no século XVI, na região onde se situa hoje o Rio de Janeiro. "Porque vocês Franceses e Portugueses, vêm de tão longe para buscar madeira para se esquentar? Não tem madeira na sua terra?", ele perguntou intrigado pela atração exercida pelo pau-brasil. O francês respondeu que não daquele tipo, que não era para queimar, mas para extrair tinta valiosa. " E precisam tanto dessa tinta?" Léry explicou que, em sua terra, existiam comerciantes que possuíam "mais pano, facas, tesouras e espelhos que é possível imaginar". E que esses homens muito ricos pagariam pela madeira. "Um comerciante sozinho pode comprar o carregamento de vários Barcos", contou. " Mas esse homem muito rico de que você fala... ele não morre?" - perguntou o velho. "Sim, morre como todos os outros." E o indígena: " W quando ele morre: para quem fica tudo isso?" O francês explicou que para os filhos ou seus parentes. E o velho concluiu: "Vejo agora que vocês franceses são loucos. Cruzam o mar e sofrem tantos desconfortos e trabalham tão duro quando chegam aqui só para acumular riquezas destinadas aos filhos e parentes. A terra que alimentou vocês também não é suficiente para alimentá-los? Também temos pais, mães e filhos de que gostamos, mas temos certeza de que, depois da nossa morte, a terra que nos alimentou também alimentara a eles. E por isso vivemos despreocupadamente."
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